Off Sessions | Kelly Reichardt
Biografia: (English Essay Below)
Kelly Reichardt é uma diretora, roteirista e produtora independente. Nascida em 3 de março de 1964, Kelly ganhou destaque no cinema com a produção A24, First Cow (2019), obra esta destaque do oscar de 2021. No entanto, a carreira de Kelly começou logo após se formar na universidade de artes School of the Museum of The Fine Arts, com o filme River of Grass (1994). Apesar de não ser seu maior filme, o drama ala Bonnie e Clyde é revisitado nos dias de hoje como parte dos históricos filmes cults americanos.
Conforme ganhou destaque com OldJoy (2006), filme que enfatizou sua característica como cineasta, Kelly fora ganhando voz autoral, até que chegamos na reviravolta de sua carreira, ou melhor dizendo, suas carreiras...
Michelle Williams, renomada atriz de Blue Valentine, Derek Cianfrance, iniciou sua parceria com Kelly no filme Wendy And Lucy (2008). Após o alcance de Oldjoy, Kelly tornaria mais uma história uma característica do cinema de arte, com temas humanos, urbanos, e ainda assim poético!
Kelly Reichardt é, foi, e será uma das principais diretoras de todos os tempos, pois ela possui a voz autoral necessária para viver e existir sem que a indústria a corrompa. Por fim, é o destaque da Lift-Off de hoje!!!!
Carreira:
Quando falamos de movimentos interpessoais no cinema, estamos falando diretamente da relação que é construída de maneira indireta entre: público → ator → idealização. Essa idealização é uma forma de fantasia do público, que busca instigar, gerar entretenimento e formar uma curiosidade. E Kelly não faz isso.
Sobre suas inspirações, Kelly tem muitas características semelhantes às de Chantal Akerman, em uma relação tão íntima com o personagem que sentimos estar vivenciando ao lado, mas sem o poder de interferir — afinal, cinema, né? E assim podemos destacar seu primeiro e último filme, respectivamente: River of Grass (1994) e Showing Up (2022).
Começando pelo final, como é a vida? A vida não possui um conceito, mas o papel do artista é justamente esse: contextualizar, humanizar, tirar sangue de pedra... Nesse filme, Michelle Williams interpreta uma escultora amargurada. Ela possui uma melancolia que contrasta com a ambientação visual e narrativa. A personagem tem um desenvolvimento lento, estando estagnada grande parte do filme, até o final, onde sua exposição é um sucesso! Destaco esse filme porque ele é o mais maduro da diretora e por ser uma ótima porta de entrada para aqueles que buscam diretores autorais contemporâneos.
River of Grass, seu primeiro longa-metragem, é um retrato de uma sociedade americana puramente violenta — socialmente, com uma política visualmente quebrada. O filme mais incisivo de Kelly é um road movie curto, mas não vazio! River of Grass é um retrato além de um filme de crimes: é uma denúncia social sobre a sociedade americana, e do mundo. Afinal, vivemos em um planeta onde a fome de um bilionário é mais importante do que a de um continente...
Por fim, à primeira vista, Kelly Reichardt pode parecer desafiadora, um tanto serena demais, mas é uma das principais diretoras do cinema americano moderno. Além disso, já forma uma dupla histórica com a atriz Michelle Williams, rejuvenescendo a cultura de união entre atores e diretores — como, por exemplo, John Cassavetes e Gena Rowlands, artistas unidos para fazer... arte!
English Review:
When discussing interpersonal dynamics in cinema, we are directly addressing the indirect relationship constructed between: audience → actor → idealization. This idealization functions as a form of audience fantasy, seeking to provoke, entertain, and cultivate curiosity. Yet, Kelly [Reichardt] does not engage in this.
Regarding her influences, Kelly shares many traits with Chantal Akerman—establishing such an intimate connection with the character that the viewer feels as though they are experiencing the narrative alongside them, yet without the power to intervene (after all, this is cinema, isn’t it?). This is evident in her first and most recent films, respectively: River of Grass (1994) and Showing Up (2022).
Let’s begin with the latter—how is life? Life has no fixed definition, but the artist’s role is precisely this: to contextualize, humanize, and extract blood from stone... In Showing Up, Michelle Williams portrays a disillusioned sculptor. Her melancholy starkly contrasts with the film’s visual and narrative atmosphere. The character undergoes slow development, remaining stagnant for much of the story until the climax, where her art exhibition becomes a triumph. I highlight this film because it represents the director’s most mature work and serves as an excellent entry point for those seeking contemporary auteur cinema.
River of Grass, her debut feature, is a portrait of an inherently violent American society—socially fractured, with a politically shattered visual language. Reichardt’s most incisive film is a short yet far from empty road movie. River of Grass transcends the crime genre: it is a social indictment of America, and by extension, the world. After all, we live on a planet where a billionaire’s hunger outweighs that of an entire continent...
Ultimately, at first glance, Kelly Reichardt may seem challenging—perhaps too subdued—but she stands as one of the most significant directors in modern American cinema. Moreover, she has forged a historic partnership with actress Michelle Williams, revitalizing the tradition of actor-director collaborations—much like John Cassavetes and Gena Rowlands, artists united in the pursuit of... art!
Filmes recomendados: Showing up, certain women, Meek's Cuttoff, Night Moves
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