Biografia/Biography: (English essay below)
Nascido em 1960, em Seul, Coreia do Sul, Hong Sang-soo estudou inicialmente na Universidade Chung-Ang em Belas Artes. No entanto, pouco depois, decidiu que iria praticar a arte de se fazer cinema, e o diretor se mudou para o centro do mundo do audiovisual, os EUA. Sang-soo é conhecido por seu estilo "reciclável" de fazer filmes, com temas comumente românticos, não no sentido amoroso, mas com a presença do sentimento, seja ele amor, medo, solidão, entre outros.
Com seu cinema característico, logo Hong Sang-soo se estabeleceria no mundo do cinema como um dos principais diretores da atualidade, ainda que não seja o mais conhecido. Com seu estilo único, conquistou o respeito e o carinho dos fãs de cinema e, principalmente, da crítica.
A crítica brasileira, com nomes como Arthur Tuoto, Philipe Leão, entre outros, em específico, destaca Hong Sang-soo como um dos maiores nomes do cinema como um todo. Esse é um fato curioso, pois temos uma realidade um pouco distante de conhecimento popular sobre cinema no Brasil, sendo apenas nichos "soltos", o que dificulta a divulgação de cinemas alternativos.
Resumindo, Hong Sang-soo se tornou um nome de grande valor no cinema e, junto a um processo criativo único, ele se tornou o principal nome do cinema coreano atual e um dos maiores da história, sendo um diretor que mistura a realidade, a poesia e a contradição moral e ética de forma sutil e, ainda assim, muito efetiva!
Born in 1960 in Seoul, South Korea, Hong Sang-soo initially studied Fine Arts at Chung-Ang University. However, shortly afterward, he decided he would practice the art of filmmaking, and the director moved to the center of the audiovisual world, the USA. Sang-soo is known for his "recyclable" style of making films, with themes that are commonly romantic—not in the amorous sense, but through the presence of feeling, be it love, fear, loneliness, among others.
With his characteristic cinema, Hong Sang-soo soon established himself in the film world as one of the main directors of today, even if he is not the most well-known. With his unique style, he has won the respect and affection of film fans and, especially, of critics.
Brazilian critics, with names like Arthur Tuoto, Philipe Leão, among others, specifically highlight Hong Sang-soo as one of the greatest names in cinema as a whole. This is a curious fact, as we have a reality in Brazil where popular knowledge about cinema is somewhat distant, existing only in loose "niches," which makes the promotion of alternative cinemas difficult.
In summary, Hong Sang-soo has become a name of great value in cinema. Combined with a unique creative process, he has become the leading name in current Korean cinema and one of the greatest in history. He is a director who blends reality, poetry, and moral and ethical contradiction in a subtle yet very effective way!
Carreira:
Hong Sang-soo comentou algumas vezes sobre seu processo criativo; ele reitera que, ao longo do processo de filmagem, é que o roteiro toma forma e que, muitas das vezes, escreve a base do roteiro no dia anterior às gravações. Com isso, podemos apreciar algo raro no cinema mais técnico atual: a improvisação. Essa maneira de extrair ao máximo dos atores deixou de ser praticada com mais autoralidade conforme o mercado foi se tornando detalhista, não como uma contraposição à venda, mas sim, como uma programação de "se vamos lucrar com isso, faremos o máximo para planejar e estruturar nosso lucro". Sendo assim, a improvisação se torna um fator de risco, o que, no cinema de Hong Sang-soo, não se adequa...
Kim Min-hee. Essa atriz não é qualquer atriz; em minha visão, é a principal atriz do cinema global atualmente. A atriz e o diretor vivem um romance; no entanto, claramente não é o foco, mas sim como esse romance aconteceu. Min-hee faz parte de uma carta de amor ao cinema de Hong Sang-soo; ambos se complementam. É como compará-los a Gena Rowlands e John Cassavetes: eles pulsam e carregam os filmes juntos! E essa parceria teve seu maior destaque em On the Beach at Night Alone, filme que conta a história por trás desse relacionamento. Hong Sang-soo faz um filme que soa como um pedido de desculpas: uma história sobre recomeços, dor e traição...
Junto a isso, temos um fator curioso desse diretor: sua parceria com outra atriz, Isabelle Huppert. A proposta aqui não é enaltecer Huppert, pois sua carreira faz isso sozinha, mas sim enfatizar o respeito que Hong Sang-soo conquistou ao longo de sua carreira, mesmo com filmes minimalistas, nichados e especificamente poéticos e contraditórios. Como dito, Isabelle é talvez a maior atriz francesa da atualidade, tendo filmes como La Cérémonie, clássico do cinema francês, entre outras dezenas de filmes... Mas o ponto é: Hong Sang-soo não se corrompeu pela indústria e, por isso, é respeitado, seja em uma mostra de cinema bairrista, seja no Festival de Cannes. Hong Sang-soo é um diretor clássico atuando até hoje nos anos 20.
Portanto, quando falamos de autoralidade, cinema de autor, pluralidade etc., lembramos de Hong Sang-soo. Talvez seu estilo se assemelhe um pouco ao do cineasta Éric Rohmer, fato interessante, pois é um exemplo bem específico e que funciona! Dito isso, Hong Sang-soo ganhou a indústria com seu talento, ganhou amigos na indústria que logo confiaram em seu trabalho e atualmente é reconhecido em vários lugares do globo por ter se mantido fiel à sua arte até os dias atuais. E deixarei algumas recomendações para aqueles que queiram conhecer um pouco mais do trabalho do diretor e o porquê de ele ser tão importante no cinema contemporâneo: Claire's Camera | The Novelist Film | On the Beach at Night Alone (Filmmica) | A Tale of Cinema (Mubi) | Right Now, Wrong Then (Filmmica)...
Career:
Hong Sang-soo has commented a few times on his creative process; he reiterates that it is throughout the filming process that the screenplay takes shape and that he often writes the basis of the script the day before shooting. With this, we can appreciate something rare in today's more technical cinema: improvisation. This method of extracting the maximum from actors has been practiced with less authorship as the market has become more detail-oriented, not as a counterpoint to sales, but as a programming of "if we are going to profit from this, we will do our utmost to plan and structure our profit." Thus, improvisation becomes a risk factor, which does not fit into Hong Sang-soo's cinema...
Kim Min-hee. This actress is not just any actress; in my view, she is the leading actress in global cinema today. The actress and the director are in a relationship; however, the focus is clearly not on the fact that it happened, but on how it happened. Min-hee is part of a love letter to Hong Sang-soo's cinema; they complement each other. It's like comparing them to Gena Rowlands and John Cassavetes: they pulse and carry the films together! And this partnership had its highlight in On the Beach at Night Alone, a film that tells the story behind this relationship. Hong Sang-soo makes a film that sounds like an apology: a story about new beginnings, pain, and betrayal...
Alongside this, there is a curious factor about this director: his partnership with another actress, Isabelle Huppert. The goal here is not to praise Huppert, as her career does that on its own, but rather to emphasize the respect that Hong Sang-soo has earned throughout his career, even with minimalist, niche, and specifically poetic and contradictory films. As mentioned, Isabelle is perhaps the greatest French actress today, with films like La Cérémonie, a classic of French cinema, among dozens of others... But the point is: Hong Sang-soo did not become corrupted by the industry, and for that, he is respected, whether at a local film festival or at the Cannes Film Festival. Hong Sang-soo is a classic director still working today in the 2020s.
Therefore, when we talk about authorship, auteur cinema, plurality, etc., we remember Hong Sang-soo. Perhaps his style somewhat resembles that of filmmaker Éric Rohmer, an interesting fact as it is a very specific example that works! That said, Hong Sang-soo won over the industry with his talent, made friends in the industry who soon trusted his work, and is now recognized in various parts of the globe for having remained faithful to his art to this day. And I will leave some recommendations for those who want to learn more about the director's work and why he is so important in contemporary cinema: Claire's Camera | The Novelist Film | On the Beach at Night Alone (Filmmica) | A Tale of Cinema (Mubi) | Right Now, Wrong Then (Filmmica)...
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