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Música + Cinema = Revolução!
Assim que terminei The Punk Singer (2013), senti que precisava associar a revolta da música — não pela música em si, mas por músicos e músicas que utilizaram o cinema para transformar uma perspectiva, uma interpretação ou até mesmo ressignificar uma poesia. No melhor dos casos, para rejuvenescer o sentimento de revolta, de sentir a insatisfação e fazer algo a partir dessa questão de insegurança e desejo. O filme em si diz muito sobre Kathleen Hanna e sua trajetória, mas, usando este material, vamos distribuir em pedaços o porquê de o cinema ser um divisor de águas nas carreiras — de inÃcio, meio e fim — de importantes músicos, ou até mesmo a importância da música em momentos especÃficos ou em uma cena marcante.
Antes de tudo, gostaria de ressaltar que a música é a forma de arte mais consumida do mundo, seguida da escrita. Portanto, ao assistirmos a um filme, podemos associá-lo diretamente a uma trilha sonora, ou até mesmo à quela sensação de sinestesia: “essa cena parece essa música”. Isso se deve ao costume. O costume por si só não sustenta uma visão de mundo, uma vez que a música que estamos definindo não é aquela que toca em rádios, mas sim em lugares de nicho. Nicho é uma palavra muito importante, pois define um grupo, e esse grupo irá sustentar toda uma experiência: a partir do nicho, a música deixa de vagar no senso comum e passa a integrar uma linha de raciocÃnio grupal. Mas como associamos isso ao cinema?
Temos diversas trilhas sonoras marcantes, mas quero ressaltar que nosso objetivo neste texto é associar artistas que já possuem uma carreira consolidada na música ao cinema, seja em ficção ou documentários. E entramos assim em um filme que muitos odeiam, mas eu gosto muito: The Runaways, filme sobre a banda The Runaways, formada por Joan Jett e Cherie Currie. Esse filme trabalha muito bem a realidade através da música, uma trajetória que exibe, por meio de uma câmera, a importância da música para o filme em si, mas também para a trajetória pessoal daquela banda, com temas explorados sendo teleguiados pelas músicas. Isso faz com que o potencial de uma canção pré-concebida seja explorado de diversas maneiras, mas que, num contexto da indústria cinematográfica, aquela música, naquele determinado momento, é oito ou oitenta: pode ser um momento marcante na história do cinema ou um momento totalmente esquecÃvel. Por isso, quando pegamos uma banda já existente para colocar em um filme, precisamos nos certificar de que o impacto seja tão forte quanto a empregabilidade da narrativa acerca de um tema — neste caso, a rebeldia.
Então, a rebeldia… A rebeldia citada provém da insatisfação desses nichos, e o cinema faz parte da divulgação de mÃdias. E como estamos falando do movimento punk, podemos citar filmes que fazem parte dessa caracterÃstica, como *Lilya 4-Ever*, Christiane F., Times Square, entre outros. A música está presente em todos esses, com diferentes culturas, de diferentes paÃses. Mas a ressalva é: a arte musical, quando associada ao cinema, é um casamento onde ambos se fortalecem, ambos se tornam dependentes e, por isso, precisam de um contexto maior para que, se estudados, o cenário se mostre uma teia de aranha.
E, por fim, a música, o cinema, a arte… Tudo está coligado, nem que seja pela vontade de mudar o mundo. Seja ele bom ou ruim, o ideal ainda é a principal fonte de ligação entre as pessoas, consequentemente ressignificando a polÃtica conforme seus nichos mudam. E talvez essa seja a beleza de entender o mundo, de abraçar sua pluralidade e de intensificar os seus desejos, sejam eles bons ou ruins. Um ideal é um conjunto de ideias, sofrimentos e saberes — por isso, um consciente social que, em prática, é uma ferramenta de poder assÃduo. Assumidamente, uma forma muito importante de negociar o que é ou não eficaz na linguagem cinematográfica é utilizar-se da música como forma de transformar uma narrativa, enfatizando sensações, potencial emotivo e, principalmente, casando o útil ao agradável. E, no final, a trilha sonora mais eficaz é aquela que transforma uma cena comum em uma cena com profundidade!
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