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Filosofia adentra ocinema
Ao falar de filosofia, a imagem que fica é a de pensadores que, muitas das vezes, representam uma classe de estudantes muito nichada. Apesar de verdadeira, a filosofia é como o oxigênio: não o notamos frequentemente, porém está presente em cada passo, decisão e parte de nossa vida. A filosofia é uma arte de pensar, refletir e, principalmente, gerir a vida; é tudo em torno da reflexão, parar, respirar e buscar entender o mundo ao redor. A ciência é uma espécie de filosofia, e nesse leque temos a matemática, a biologia, a literatura e todas as outras; é uma literal fonte de conhecimento, onde tudo e todos são interligados através de uma única mente: temos então uma teia de aranha, e nela a filosofia é a artista. E como ligamos a filosofia ao cinema?
A filosofia e o cinema são ligados desde seu "primeiro" filme, dos irmãos Lumière. Em meio a uma revolução industrial, o surgimento da câmera em si é uma forma de filosofia, alegando uma mudança drástica na forma como a sociedade passaria a enxergar o mundo e até a refletir sobre a importância da memória em relação ao tempo, e ao tempo em relação à tecnologia. Sendo assim, o cinema surge como uma forma de reflexo da memória, um real documentário; portanto, o molde de ser ético ou não é uma atitude que se iniciou desde antes do surgimento da própria filosofia. E através de toda a linha temporal grafada pela humanidade, a sociedade enxerga a filosofia do cinema como uma linha tênue entre o real e a ficção, tornando cada gênero, cada diretor e cada linha narrativa como uma linha reflexiva imaginativa, com flertes da realidade, como, por exemplo, as especificidades do gênero de ficção cientÃfica. Resultando, assim, na possibilidade de o cinema ser, em tese, um meio de filosofia contemporânea.
Quando citamos um modo de filosofia contemporânea, é uma maneira de dizer que a modernidade é subjugada pela própria linha de raciocÃnio moderna, onde o cinema se encaixa em uma prótese de imaginação impulsionada pela moral e pela ética, traduzindo, assim, um ideal artÃstico que o classifica como arte em si.
E entramos, assim, na principal parte do nosso debate: por que o cinema é a arte mais filosófica das mÃdias contemporâneas? Se pararmos para analisar a filosofia em si, temos em sintaxe amor e sabedoria, e temos na representação da sétima arte a figura do ser humano, seja na produção ou em frente à s câmeras. E por isso, a representação do ser humano através da imagem, da produção e, consequentemente, da execução primária, torna o cinema a arte recente mais humanizada desde seu surgimento. E isso se mantém como importante através do meio de ditar o limite do ser humano enquanto figura representativa, como, por exemplo, os assassinos de filmes de terror.
E, portanto, representar o imaginário não se prende somente ao ato de somar a atuação à filmagem, mas também ao espelhar a imagem do ser humano através de uma linha não ética, onde atuar não é apenas um reflexo, mas também uma representação da limitação do ser humano em relação à sua própria regra social, ou seja, a sétima arte é um estudo fixo de como agir ou não dentro de uma situação e núcleo.
Por fim, a filosofia é um método do cinema, assim como o cinema é um método da filosofia. Dentro dessa codependência, há um espaço para que possamos utilizar a liberdade criativa, nisso representando a maldade, a culpa, a tristeza, o amor e tudo aquilo que forma o ser humano como um ser racional, ou seja, um ser capaz de filtrar suas emoções e agir pela razão. Sendo assim, o cinema é a filosofia do reflexo, sendo a arte capaz de reproduzir teses como a caverna de Platão, e até mesmo ser uma alegoria à própria ignorância da sociedade, sendo uma contÃnua crÃtica a infinitos momentos da existência da humanidade.
Com isso, terminamos o texto com uma questão: você já notou alguma questão ética que ia contra a sua ideologia em um filme? Se a resposta for sim, que bom, chegamos ao nosso ponto sobre cinema, ciência e filosofia!
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