There's an english version!!!
#C&CSPOOKYSEASON
#SpookySeason
Aqui estamos nós, Cine & Castigo, entrando na Spooky Season. Primeiro, vamos esclarecer brevemente: nossa Spooky Season será com filmes focados no horror em si, e não no gore. Por isso, sejam bem-vindos a nossa Spooky season!!!
The Blair Witch Project
The Blair Witch Project é o tipo de filme que recicla nossa experiência; é como assistir ao mesmo filme diversas e diversas vezes e, ainda assim, manter a essência. Essa essência propriamente dita é formada a partir da imaginação ao quadrado: uma imaginação que possibilita e torna palpável o lado terror do filme, onde tudo o que se vê é mais superficial do que aquilo que se conta. E através disso, através da capacidade de instigar acima de tudo, é que o filme ganha corpo e conteúdo. A bruxa, por si só, não é uma presença física, mas sim espiritual, sendo um ser perigoso por sua capacidade enquanto entidade, e não como ameaça.
Mas por que o filme em si se torna um clássico cult? O trabalho realizado por Eduardo Sánchez e Daniel Myrick é diferente de tudo que o mainstream havia produzido. No entanto, foi pelo boca a boca que The Blair Witch Project se tornou um fenômeno. E através da simplicidade, o longa é carisma, vida e, principalmente, horror.
Para que um filme como este seja realizado, estamos falando de uma arte de improviso, tanto em atuação quanto em produção. Por isso, sejamos sinceros: há um cuidado maior do que se pode imaginar, uma vez que tanto os produtores quanto os atores estão afincadamente dispostos a fazer com que o filme seja mais do que apenas 1 hora e 20 minutos de informações mal organizadas, mas que façam um sentido além, algo um pouco mais feeling do que necessariamente lógico. E quando temos um filme que faça isso de maneira eficaz, temos um efeito semelhante ao que ocorreu com 1917 (2019), quando um filme usa uma técnica já utilizada antes, mas a refaz com base em algo externo ao filme. No caso de The Blair Witch Project, o compartilhamento de possíveis teorias acerca das filmagens, como, por exemplo, a especulação se as filmagens eram reais ou não.
Com isso, podemos adentrar um novo debate: se o filme fosse feito hoje, teria o mesmo sucesso? A resposta pode parecer óbvia: não sabemos. Mas, adaptando aos dias de hoje, a internet dificultaria muito a forma com que as pessoas abordariam o filme, até mesmo questionando de maneira infantil se o filme teria capacidade para ser considerado um filme de arte. Digo isso pela forma com que a gente está acostumado a ver filmes, uma forma que, em tese madura, um dia se desfez através do comodismo de assistir a um filme hiperestimulante, de alto orçamento e que, principalmente, busca uma justificativa para existir. Portanto, talvez o filme seja positivamente datado, algo raro, uma vez que o contexto do lançamento se torna um fator importantíssimo para que o longa ganhe mídia.
Por fim, o filme se justifica enquanto clássico. É divertido, angustiante e utiliza técnicas como a primeira pessoa, handcam e o uso da baixa resolução, que enriquecem aquilo que está propondo, sendo uma das suas características mais marcantes! E, no fim, recomendo a saga Creep para aqueles que buscam um filme de terror em primeira pessoa – pessoalmente falando, uma das sagas de terror mais legais dos últimos anos!
ENGLISH
The Blair Witch Project
The Blair Witch Project is the kind of film that recycles our experience; it's like watching the same movie over and over again, and yet, it maintains its essence. This very essence is formed from squared imagination: an imagination that enables and makes palpable the horror aspect of the film, where everything you see is more superficial than what is told. And through this, through its capacity to instigate above all, the film gains body and content. The witch herself is not a physical presence, but rather a spiritual one, being a dangerous entity due to its capacity as a supernatural being and not as a physical threat.
But why does the film itself become a cult classic? The work done by Eduardo Sánchez and Daniel Myrick is different from anything the mainstream had produced. However, it was through word of mouth that The Blair Witch Project became a phenomenon. And through its simplicity, the feature is charisma, life, and, most importantly, horror.
For a film like this to be made, we are talking about an art of improvisation, both in acting and production. Therefore, let's be honest, there is more care involved than one might imagine, since both the producers and the actors are earnestly committed to making the film more than just 1 hour and 20 minutes of poorly organized information, but to give it a meaning beyond that, something more about feeling than necessarily logic. And when we have a film that does this effectively, we have an effect similar to what happened with 1917 (2019), where a film uses a technique already employed before but redoes it based on something external to the film. In the case of The Blair Witch Project, it was the sharing of potential theories about the footage, such as the speculation about whether the footage was real or not.
This leads us to a new debate: if the film were made today, would it have the same success? The answer may seem obvious: we don't know. But adapting it to today, the internet would greatly complicate how people would approach the film, even leading them to childishly question whether the film has the capacity to be considered an art film. I say this because of the way we are accustomed to watching movies, a way that was theoretically mature but one day unraveled due to the comfort of watching a hyper-stimulating, big-budget film that, above all, seeks a justification for its existence. Therefore, perhaps the film is positively dated, a rare thing, since the context of its release becomes a crucial factor for the feature to gain media traction.
Finally, the film justifies itself as a classic. It's fun, agonizing, and uses techniques like the first-person perspective, handcam, and low resolution, which enrich what it proposes, being one of its most striking characteristics! And in the end, I recommend the Creep saga for those looking for a first-person horror film—personally speaking, one of the coolest horror sagas of recent years!
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